quarta-feira, 20 de abril de 2011

Um apanhado do GT 2, sessão 1a (Mídia e Eleições) e o único trabalho apresentado no GT 9, sessão 2 (Marketing Político), por Thaís Brito

Durante a Compolítica foram assistidos por mim os GTs 2 e 9 nas sessões 1a e 2 respectivamente. O conteúdo do GT 2 focava em Mídia e Eleições; o primeiro trabalho apresentado falava sobre o horário gratuito de propaganda eleitoral na campanha para o senado e dava atenção especial às diferenças das estratégias de campanha de César Maia e Jorge Picciani do ano de 2010. Foi analisado o tempo de propaganda oferecido a tais candidatos, os temas e estrutura dos programas dos mesmos, sendo cada um deles bem distinto. Enquanto a candidatura de César Maia girava basicamente em torno de problemas presentes na vida da sociedade que deveriam ser solucionados, a de Picciani se concentrava numa dita necessidade de unir os poderes Legislativo e Executivo, utilizando-se como justificativa a defesa dos “interesses” do RJ. A campanha de César Maia contava ainda com “vítimas” daqueles problemas os quais ele se propunha a solucionar e na campanha de Picciani eram reproduzidos depoimentos de lideranças políticas estaduais e federais. Essas propagandas do horário eleitoral possuíam diferentes focos e também divergiam na caracterização das atividades do senador. César Maia adotou uma posição na qual tentava mostrar de forma direta ao eleitor sua concepção de representação política senatorial, explicando as funções do senador; Picciani fugia a esse caráter didático e ressaltava suas uniões e parcerias que auxiliariam em sua conquista dos recursos e interesses em favor do estado. Isso acaba por expor o quanto as funções dos senadores podem ser descritas de modo diferente, ainda mais dentre um conjunto de candidatos.



O segundo trabalho apresentado tratava basicamente das diferenças do discurso midiático dos partidos PT e PSDB nas eleições presidenciais dos anos de 2002 e 2010. É perceptível que houve uma mudança nas posições de mandatário e desafiante e até mesmo nas estratégias usadas para conquistar eleitores. Foi colocado em dados estatísticos as diferenças do “confronto” entre Serra e Lula (2002) e Dilma e Serra (2010). Falou-se também sobre as intenções que estavam contidas nos discursos de cada um dos candidatos, inclusive mostrando quantas vezes haviam atacado o oponente ou mesmo quantas vezes haviam criticado o governo que estava em curso naquele determinado período.



No terceiro trabalho o tema abordado era uma análise sobre a propaganda eleitoral em Moçambique, e principalmente sobre o papel exercido pela televisão nas campanhas políticas. Com o fim de uma guerra civil em 1992, foi adotada a democracia pelo governo moçambicano. Nos anos de 1994, 1999 e 2004 predominava um bipartidarismo, que foi quebrado nas eleições de 2009 por meio do surgimento de um novo partido. É cabível ressaltar que o voto em Moçambique não é algo obrigatório, o que acaba resultando na ausência dos eleitores quando podem escolher seus governantes, isso revela até certa desconfiança dos eleitores para com os candidatos. Isso poderia ser justificado através de prováveis fraudes dos votos que favoreceriam sempre os partidos apoiados pelo governo. É válido falar que com o progresso das dinâmicas da campanha eleitoral há uma evolução da própria televisão. A transmissão do horário gratuito se dá em apenas um emissora, fazendo com que a propaganda eleitoral tenha que concorrer com a programação de outros canais pela atenção dos telescpectadores. Sendo assim, isso claramente dificultaria a realização do objetivo do HGPE, que seria aproximar os eleitores dos discursos dos candidatos, tentar orientá-los e/ou até mesmo provocar uma mobilização por parte da população em tempos de eleição.



O quarto trabalho tratava da utilização do melodrama no contexto político. O melodrama seria um instrumento que permitiria a significação dos símbolos que são expostos aos eleitores, partindo-se de um olhar melodramático. Deixando-se de lado um princípio racional, ligaria-se ainda mais a um discurso capaz de criar vínculos entre o candidatos e o público, aproximando-os. Os candidatos se aproveitariam para criar um contexto o qual demonstrasse de forma clara emoção, criariam uma imagem de heróis para eles mesmos e exporiam sua própria trajetória, incluindo alegrias e tristezas, conquistas e derrotas, despertando no eleitor certa intimidade e comoção, em alguns momentos até apelando para o exagero e certo sensacionalismo.



Na sessão 2 do GT 9 que abordava Marketing Político contou com a apresentação de um trabalho apenas. Esse trabalho teve como tópico o potencial dos advergames como mídia eleitoral e mais especificamente falou-se sobre o jogo Dilma Adventure. Nesse jogo a presidenta Dilma era a personagem principal e a “heroína” naquele contexto. O jogo por si só, intencionalmente ou não, propagava uma boa imagem de Dilma e de certa forma até desmoralizava o candidato Serra já que no jogo ele era trtado como um vilão, um obstáculo nas conquistas de Dilma. Ainda foram citados outros jogos criados por diversas marcas que pretendiam associar a imagem da marca com um determinado tipo de entretenimento oferecido ou mesmo a inserção de propagandas discretas em jogos já existentes.

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