Certa vez, um dos homens consegue libertar-se e sair da caverna e, após conhecer a realidade do mundo externo, ele retorna pretendendo transmitir seus novos conhecimentos aos seu companheiros. Contudo, esse homem, agora com novas experiências, acaba por deparar-se com a incompatibilidade que criara em relação aos outros homens da caverna já que esses são tomados pela ignorância do "mundo" em que viveram, a caverna, não sendo capazes de compreender a experiência do homem que visitou o mundo externo.
Com esse mito, Platão pretende, de forma metafórica, reforçar a sua ideia de que para atingirmos a racionalidade é necessário que fujamos dos nossos sentidos já que esses ludibriam nossa forma de enxergar o mundo, havendo para ele, dois mundos: o Mundo das Ideias e o Mundo das Sombras ou dos Sentidos.
O filme "A Vila" trata da história de um grupo de pessoas que, cansadas do estresse e das conturbações do mundo moderno, recria uma vila típica de 1897 isolada do restante da civilização. As pessoas criadoras da vila são conhecidas como "anciãos" sendo responsáveis por transmitir aos mais novos, ali nascidos, a ideia de que há monstros perigosos para além dos limites da vila para que esses limites não sejam ultrapassados e esses jovens descubram a farsa.
Fica clara, então, a enorme semelhança entre o "Mito da Caverna" de Platão e o filme "A Vila" já que os habitantes jovens da vila são como os homens da caverna: nascidos naquela realidade limitada e induzidos a acreditar em realidades ainda mais limitadas, ou seja, em ambas as histórias há o reforço da ignorância dos enclausurados.
Outra semelhança entre o mito e o filme está na saída de um dos enclausurados para o mundo externo. No filme, uma personagem cega é escolhida para sair da vila, mas ainda que cega ela foi capaz de obter novas experiências havendo uma contraposição entre os sentidos de "ver" e "enxergar" já que a personagem, mesmo cega, foi capaz de atingir a racionalidade ao experimentar o mundo externo.
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