quarta-feira, 20 de abril de 2011

GT 4 – Sessão 1 “Internet, campanhas eleitorais e instituições políticas”, por Ioná Ricobello

-> “O uso da internet pelos candidatos aos governos estaduais e ao senado federal nas eleições brasileiras de 2010”

Por: Sérgio Braga – Autor (UFPR)

Maria Alejandra Nicolás – Co-autora (UFPR)

Sérgio iniciou sua apresentação afirmando que as perspectivas do uso da web eram boas no contexto brasileiro, ilustrando essa afirmação com um ranking relativo ao uso das redes sociais no Brasil. Caracterizou os “ciberotimistas”, como aqueles que dizem que “sem a internet não haveria segundo turno”, e os “ciberpessimistas”, como aqueles para os quais “os candidatos estavam prontos, mas algo de errado aconteceu”. Apresentou, também, uma tabela que fazia a relação entre uso da web X região brasileira. Mostrou que um dos dados da pesquisa feita por sua equipe apontou que 50% dos candidatos à deputado utilizaram o Twitter em suas campanhas. Por fim, ao ser perguntado sobre questões mais aprofundadas em relação aos itens apresentados respondeu com a seguinte frase: “quizemos simplesmente fazer um mapeamento descritivo geral de quem usou redes sociais e quem não usou”, mostrando que o interesse era mais o de apontar números do que imaginar o por quê deles.

-> “As campanhas invadem o Twitter”

Por: Camilo Aggio (UFBA)

No segundo trabalho apresentado, a campanha política para as eleições de 2010 foi trazida como a “primeira campanha brasileira online de fato”. Com o foco no Twitter, o autor defendeu que “uma vez que os candidatos invadem as redes sociais online é necessário que eles tenham responsabilidade com o que está ali”. Relacionado a isso, trouxe o fato de que “os candidatos tem que entender que grande parte dos usuários do Twitter esperam interação com aqueles que seguem”, ou seja, a rede social não é apenas um ferramenta para o candidato postar e seus seguidores lerem, é uma ferramenta que requer diálogo efetivo candidato X eleitor. O Twitter veio apresentado como um fórum eficiente, dinâmico e veloz. A pesquisa analisou principalmente os Twitters de Marina Silva, Dilma e José Serra, e foi realizada nos dois meses que antecederam as eleições. Através dela, os pesquisadores apontaram a rede social como espaço para atividades como: post de agenda com link (ou seja, o candidato não dizia apenas aonde estava indo, mas postava um link com informações sobre o evento), divulgação de material de campanha e comentários sobre eventos com link sobre os mesmos. Ao analisar o Twitter de José Serra, foi percebido que ele preferia interagir como estratégia de aproximação com os eleitores (postando sobre o show do U2, por exemplo), mostrando que entendeu como funciona o Twitter no sentido da interação. Já Marina preferia apresentar e discutir propostas através da rede social, obtendo o maior número de interações entre os três candidatos analisados. Para o pesquisador, Dilma foi a que menos sucesso teve com o Twitter, postando “o que estava afim na hora em que estava afim”, realizando apenas 71 tweets, com somente 3 interações, nesse período de 2 meses. A candidata eleita, por mais irônico que pode parecer, veio apontada na pesquisa como um exemplo de “como não se utilizar o Twitter em campanha”.

-> “O Twitter na campanha eleitoral de 2010”

Por: Wilson Gomes (UFBA)

Mais um estudo analisando o uso do Twitter nas eleições de 2010, mas diferente da segunda apresentação, falou também de Plínio de Arruda, o colocando como o “queridinho do Twitter”, afirmando que apesar de não ter um tema voltado para os jovens, o candidato acabou fazendo maior sucesso, obtendo uma posição mais intensa. Para Wilson, nas últimas eleições surgiu o fenômeno que ele caracteriza como “o debate em companhia”, ou seja, “pessoas assistindo à debates chatíssimos, mas comentando no Twitter sobre os mesmos”. Em relação à José Serra, apresentou-se a questão do efeito inverso que aconteceu em sua campanha onde, ao ser implantada a tag “#pergunteaoserra”, o intuito era que os eleitores tirassem dúvidas construtivas, mas a oposição acabou usando contra o candidato, causando situações constrangedoras. Também foi citado Marcelo Tas, do programa CQC, como o microblogueiro político mais popular da internet. Wilson colocou uma questão em jogo: “houve realmente campanha online ou houveram partes online nas campanhas?”. Ele defendeu que as campanhas não foram de fato online, comparando a campanha de Obama com as campanhas eleitorais dos candidatos brasileiros, como exemplo, dizendo que a mesma ocupou todos os espaços na web e afirmando que isso não aconteceu aqui no Brasil.

-> “Estudo sobre o modelo organizacional dos partidos políticos na internet”

Por: Adriane Martins (UFF)

Adriane iniciou sua apresentação dizendo que seu estudo é focado na estrutura dos partidos políticos e que todo partido tem um objetivo a ser alcançado. Afirmou, também, que sua pesquisa procura entender como se dão as decisões dentro dos partidos e como eles se organizam, dizendo que esse modelo organizacional só pode ser entendido se tivermos conhecimento da origem do partido em questão. Mostrou que o site não é usado apenas para campanhas políticas, mas também de maneira institucional, como uma espécie de “lugar de fala” do partido. Indo em direção ao Twitter, que foi constante em todas as apresentações que antecederam a dela, afirmou que hoje, mesmo não querendo, ficamos sabendo sobre política, pois posso não seguir o candidato X, mas se alguém que eu sigo o Retwittar, eu leio o que ele postou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário