terça-feira, 19 de abril de 2011

Resenha sobre o trabalho “A utilização dos gimmicks na comunicação política”, da 1ª sessão do GT 9 de quinta-feira por Isadora Mann

Outro trabalho escolhido para fazer esta resenha foi o último trabalho apresentado na primeira sessão do GT 9. O tema abordado foi a utilização dos gimmicks na comunicação política. Gimmick nada mais é do que a humanização de produtos. Isso na publicidade. Mas na política, a intenção é humanizar não um produto, mas o candidato. E é daí que vem a pergunta que gira em torno do trabalho: por que quem humanizar quem já é humano? Um gimmick geralmente é um mascote, como algum animal ou até mesmo o desenho do candidato. Na política, tem como objetivo melhorar a imagem dos políticos através de um desempenho performático.

É um processo caro e que consiste em um truque ou atrativo com efeito visual ou sonoro. Nota-se que nos três casos mencionados no trabalho (Kassab/Kassabinho; Serafim/Sarafina e Manuela/manu), o gimmick é um desenho. Com o objetivo de humanizar os candidatos, esses desenhos são praticamente uma versão jovem do candidato, ou seja, ele é juvelinizado. O boneco, além de ser uma cópia mais jovem, alegre e enérgica do político, veste roupas informais, o que ajuda a passar a idéia de que o candidato é comum, como as outras pessoas. Como se fosse aquele vizinho em que as pessoas confiam. É um truque para conquistar também a simpatia do público e ser o mais carismático possível, assim como uma pasta de dente com braços e pernas, sendo altamente alegre e simpática enquanto se dirige ao consumidor. Enquanto a pasta de dente praticamente diz “me compre”, o político (ou melhor, seu gimmick) diz “votem em mim”.

Porém, uma coisa é humanizar produtos. Eles não pensam, não falam e não agem. Porque, na política, humanizam-se pessoas? Elas já são humanas, afinal. Talvez uma resposta plausível seja que as pessoas só vêem o candidato como um ser humano quando se usa o recurso dos gimmicks. A utilização desses desenhos evidencia o quanto o político se desumanizou em todo esse processo político-eleitoral.

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