Resenha sobre "A vila" e o "Mito da caverna" por Luana Calazans.

O filme “A vila” pode ser associado ao “Mito da caverna” de Platão, se considerarmos a Vila como sendo a “caverna” que Platão descreve. No capítulo 7 de seu livro “A república”, Platão nos apresenta ao mito da caverna, que nos leva a contestar a verdade das coisas. No filme , os moradores da vila foram ensinados desde pequenos que o lugar onde moram é assombrado por criaturas perigosas e que quem cruzar a “fronteira” demarcada pode ser morto por tais monstros.

A vida dos moradores da vila pode ser comparada às sombras na caverna (a realidade para eles é tudo o que vivem, vêem) e a vila como a caverna propriamente dita. Os moradores acreditam nos monstros, pois lhes foi ensinado pelos criadores da vila que tais monstros existiam. . Os habitantes da vila seriam os homens que moram na caverna, que tem seu conceito de realidade distorcida e limitada pelos anciãos, tanto mentalmente quanto fisicamente. A vila surgiu após cada um dos anciões passarem por uma experiência ruim, e decidirem criar esta vila, longe das cidades e acreditam que assim estariam protegendo os moradores da violência, mas a violência chegou a eles mesmo assim.

O cruzamento da fronteira só pode ser feito pelas pessoas autorizadas pelo conselho dos anciãos, mas a autorização para tal é muito difícil de ser conseguida. Mas só é dada a autorização de cruzar a fronteira à filha do “chefe” da vila que é cega e quer buscar remédios para seu noivo. Antes de ela ir à cidade, seu pai conta toda a verdade pra ela, mas mesmo conhecendo a verdade, teme pelo o que pode ocorrer à ela na floresta. Provando o que Platão descreve no “mito da caverna”, que para o homem que se libertou da caverna e vem contar para os outros o que encontrou é fácil, pois tem meios de saber o que está falando, mas para os homens que estão presos não é fácil, pois não tem base nenhuma para entender o que está falando. Por este princípio, quando a verdade é apresentada para Ivy, é muito assustadora.

O filme e o texto de Platão nos fazem refletir sobre o princípio da verdade, se o que nos é apresentado como verdade, é realmente “A” verdade. Sobre os vários “mitos” que nos é imposto pela sociedade. Quais são os “monstros” ou “grilhões e algemas” que nos impedem de chegar a essa verdade. Até onde nosso conhecimento é limitado pelos nossos “anciãos”. Se somente nossa vontade nos dá permissão de cruzar a fronteira ou simplesmente sair da caverna e encontrar a verdade, o conhecimento, ou se precisamos da autorização dos nossos “anciões” para tal.