domingo, 1 de maio de 2011

Resenha crítica sobre o filme “Ajuste Final” com base em alguns capítulos de “O Príncipe” de Maquiavel, por Isadora Mann

O filme “Ajuste Final”, de 1990, é uma produção basicamente sobre alguns gângsters de New Orleans. O personagem principal é o gângster Tom Reagan, braço direito do chefão do tráfico de bebidas de Nova Orleans. De repente, ele se vê no meio de uma violenta disputa entre seu chefe Leo e outro gângster poderoso, Johnny. Para piorar, ele se apaixona pela namorada de seu chefe e eles começam a ter um caso às escondidas, até que Tom resolve contar a Leo sobre os dois. Furioso, Leo corta relações com Tom e este resolve se aliar a Johnny, que sempre quis tomar o lugar de Leo. E a partir daí muitas coisas (não necessariamente boas) acontecem.


“O Príncipe” é um livro escrito por Nicolau Maquiavel em 1513. Na verdade é um tratado político que descreve as maneiras corretas (segundo Maquiavel) de conduzir os negócios públicos internos e externos e, fundamentalmente, como conquistar e manter um principado. Esse tratado político possui 26 capítulos mas apenas alguns deles servirão de base para a resenha (do capítulo XV até o capítulo XXI).


Maquiavel, no capítulo VXIII, deixa claro que para ser um bom príncipe, ele precisa ser dissimulado quando necessário. “(...) não é preciso que o príncipe tenha todas as qualidades mencionadas; basta que aparente possuí-las. (...)” Essa característica fica clara no filme, onde os personagens são ambíguos e moralmente decadentes, que nunca são exatamente aquilo que parecem ser. Assim como príncipe de Maquiavel. Além disso, é nesse capítulo que sugere a famosa expressão “os fins justificam os meios”. Expressão essa que certamente é valorizada pelos personagens dos filmes, uma vez que para eles apenas importa chegar onde querem, nem que para isso vidas sejam perdidas e a moral, esquecida.


Em outro capitulo, como o XVII, é debatida a questão se é melhor para o príncipe ser amado ou temido. De acordo com Maquiavel, é mais seguro ser temido porém se preocupar em evitar ser odiado. Assim como os gângsters do filme. Eles são temidos até por alguns de seus homens, mas se estes o odiassem, não trabalhariam para eles.


Vê-se que, embora o livro e filme tenham sido feitos com quatro séculos de diferença, muitas semelhanças ocorrem entre o príncipe ideal de Maquiavel e os personagens “maquiavélicos” do filme.

Nenhum comentário:

Postar um comentário